TENDÊNCIAS DAS NEWSETTERS | EDIÇÃO #008

Oi, aqui é o Fernando. Semana passada, dei um “Panorama Geral do Mercado de Newsletters", com base em dados do Brasil e do mundo.

Agora é hora de falarmos sobre #6 tendências que estou observando no nosso mercado para os próximos anos. Foi uma das edições que eu mais gostei de escrever. Let's go.

BIG STORY

6 Previsões para o Mercado de Newsletters 🔮 

Ora, ora… Hoje é dia de pegar a bola de cristal e adivinhar o que o futuro das newsletters reserva para nós.

Brincadeiras à parte, mais do que prever, vou falar do que já está acontecendo — e que me parece que veio pra ficar — no mercado de newsletters.

Separei #6 tendências que acredito que quem faz newsletters deva ficar de olho daqui em diante. Sem mais delongas, vamos à primeira delas…

#1 Modelo de audiência… mas via newsletters 📢

O famoso modelo de audiência. Essa estratégia é usada há bastante tempo, embora tenha ganhado mais popularidade nos últimos anos.

Veja o exemplo da Disney. Através dos gibis, desenhos e, posteriormente, filmes, a companhia criou uma legião de fãs, dispostos a consumir produtos licenciados, parques de diversão e outros produtos e serviços da empresa do Mickey.

Primeiro veio a audiência, depois os produtos e serviços que resolveram dores e atenderam desejos dessas pessoas.

É mesmo o modelo usado por milhares de influenciadores, nas redes sociais. Eles começam crescendo sua base de seguidores interessados em determinado assunto.

• Em seguida, vendem infoprodutos e outras coisas para essas pessoas. Give before ask.

Acredito que veremos newsletters que, após criarem uma base fiel, venderão soluções para seus assinantes.

A diferença para o que existe hoje é que o modelo de audiência partirá de um público construído através de uma newsletter, e não pelas redes sociais. E disso nascerão empresas.

🔮 Momento vidente: Não vai demorar para vermos marketeiros digitais fazendo o lançamento de seus infoprodutos através de uma sequência de newsletters — no lugar de uma sequência de vídeos, como costuma ser feito hoje.

#2 Grandes empresas vão lançar suas newsletters 💼

Sendo bem sincero, não vejo nenhum lado negativo em começar uma newsletter.

Ela te permite se comunicar diretamente e criar um vínculo mais próximo com potenciais clientes — sem ficar refém dos algoritmos de redes sociais.

Além disso, você não precisa investir um real para começar. Fora uma série de outros benefícios que não caberiam neste breve texto.

Para deixar mais tangível… Estudos mostram que o e-mail marketing pode gerar um retorno de até $40 para cada $1 investido.

De olho nisso, algumas empresas estão lançando suas próprias newsletters para aproveitar essa oportunidade.

• Pelo que tenho observado, essa onda ainda não chegou nas grandes empresas.

Por enquanto, é mais frequente em startups, como no caso da Brex — unicórnio fundado por brasileiros —, que tem a newsletter semanal “Brex IRL Newsletter”.

Mas imagina o dia em que um Nubank ou XP da vida lançará uma newsletter dando dicas de investimento para seus clientes.

Seria uma forma de gerar aprendizado para seus clientes e um novo canal para promover produtos financeiros dentro de um conteúdo que as pessoas queiram ler.

Para refletir… Na comunidade tech, é comum que startups documentem como seus times de engenharia superaram determinados desafios, como forma de fortalecer o meio tecnológico.

Mas isso acontece, principalmente, através do Medium. Veja o exemplo do Airbnb. Por que não fazer o mesmo através de newsletters? Me parece uma boa ideia.

#3 Influenciadores e famosos não vão ficar de fora dessa… 🤳

A lógica é parecida com o que acabei de falar das empresas. Mas pense que, no caso dos creators, seu principal ativo é sua audiência.

Ter uma newsletter te faz dono da sua própria audiência.

Em vez de construir um castelo de areia numa praia de outra pessoa (como uma conta no Insta), você está fazendo uma construção no seu próprio terreno.

• Além de que pode ser um excelente canal para uma estratégia omnichannel, de produzir conteúdos em diferentes canais para aumentar os pontos de contato com a audiência.

Isso vale tanto para influenciadores quanto celebridades.

É só ver o caso do Arnold Schwarzenegger. O famoso fisiculturista, ator, empresário e político tem uma newsletter diária chamada Arnold's Pump Club, que traz conhecimentos de nutrição, fitness e bem-estar.

Da mesma forma, acredito que veremos uma onda de influencers criando suas próprias newsletters — ou contribuindo com matérias pontuais em newsletters de terceiros.

• Isso já acontece hoje, mas ainda vejo muito espaço para explorar essa estratégia.

Talking numbers… Uma pesquisa revelou que 70% dos criadores de conteúdo têm planos de incorporar newsletters em suas estratégias.

#4 Competitividade vai aumentar 🥇

É só ver os pontos anteriores. Conforme mais pessoas entram no mercado, obviamente a competição fica mais acirrada.

Conforme eu falei na edição anterior, segundo dados da beehiiv, o Open Rate médio do mercado caiu 4% de 2022 para 2023, indicando um aumento na concorrência.

• No fim das contas, o inbox das pessoas é limitado. Quanto mais e-mails, maior a disputa pela atenção dos leitores.

Tem muitas newsletters boas — e outras nem tanto 😅 — surgindo no Brasil e, cada vez mais, será preciso ter um conteúdo diferenciado para se destacar.

Como em qualquer outro mercado em que a competitividade aumenta.

Por que alguém vai parar o que está fazendo para ler um e-mail seu? Busque essa resposta, pois somente isso te deixará vivo no jogo.

#5 Quando o assunto são tendências, não dá pra deixar a AI de fora 🤖

Essa moeda tem dois lados. Há as (i) newsletters sobre inteligência artificial e (ii) as inteligências artificiais usadas para newsletters.

Em relação ao primeiro ponto, esse é um tema muito escolhido por quem quer lançar uma newsletter. Muito por conta do momento atual, em que só se fala disso.

No ano passado, 12% de todas as newsletters lançadas na beehiiv foram sobre AI.

• Por um lado, isso mostra que é um nicho muito concorrido e desafiador, que requer conteúdos diferentes e de alta qualidade.

• Por outro, a maior parte dessas newsletters é dos EUA, e ainda vejo espaço para falar desse assunto no mercado brasileiro.

Só pense na pergunta que eu encerrei o tópico anterior. Por que a sua é melhor que as outras? Se tiver essa resposta, vai em frente.

Agora, falando sobre o uso da tecnologia… Já fiz vários testes com IA para me ajudar na escrita de newsletters.

Vejo que as AIs se demonstram muito boas em resumir conteúdos, mas nem tanto em uma parte mais criativa da escrita — algo que valorizo muito em uma newsletter.

Ainda quero falar mais desse assunto por aqui, mas essa é a minha experiência pessoal até agora. Ah, e em breve acredito que veremos ferramentas de IA focadas em newsletters.

#6 As aquisições serão cada vez mais comuns 💰

O mercado dos EUA já conta com alguns cases bem expressivos no setor. Alguns deles são:

• Morning Brew sendo adquirido pela Insider avaliado em US$ 75 milhões;

• The Hustle sendo comprado pelo HubSpot por US$ 27 milhões;

• The Peak vendido à ZoomerMedia por quase US$ 4 milhões.

Esses são só alguns exemplos de algo que já acontece bastante nos EUA, mas não tanto no Brasil.

Nesses casos, foram grupos de mídia que compraram essas newsletters para expandir sua atuação.

Mas além disso, acredito que veremos empresas de outros setores comprando newsletters para acelerar sua entrada nesse mercado.

Imagine que a Petz quer lançar uma newsletter para donos de cachorros. Pode ser mais fácil comprar uma newsletter do nicho e sair de um estágio mais avançado do que começar do zero. Essa é a lógica.

Pra fechar… 🔑

Não sou dono da razão. Essas são apenas algumas tendências que eu tenho observado e apostas que eu faria no mercado de newsletters. Vamos ficar de olho 👀

Por hoje é só ✉️

Obrigado por ter lido até aqui. Todos os sábados, às 8h e pouco da manhã, vou te trazer alguns aprendizados sobre newsletters.

• Além de dicas, cases, recomendações e mais algumas ideias malucas que estou pensando por aqui.

Te vejo no próximo sábado, na MyNewsletter — a newsletter de quem faz newsletters.

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Até a próxima 👋